
A saúde mental está se tornando uma preocupação central nas Olimpíadas de 2024, refletindo uma mudança significativa na forma como atletas e organizações abordam esse aspecto vital do bem-estar. No passado recente, cerca de metade dos atletas da Equipe EUA nas últimas Olimpíadas foram identificados com problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e distúrbios do sono.
Lydia Jacoby, uma nadadora dos EUA que ganhou uma medalha de ouro e uma de prata nos Jogos de Tóquio, exemplifica essa mudança. Inicialmente, Jacoby não compreendia completamente o conceito de depressão, mas depois reconheceu e superou o problema, refletindo sobre como a percepção e o suporte para saúde mental evoluíram.
Com a aproximação dos Jogos de Paris, os atletas têm acesso a um número crescente de recursos para apoio psicológico. A USOPC, por exemplo, ampliou seu número de provedores de saúde mental de seis para quinze nos últimos anos e está oferecendo mais de 6.000 sessões de terapia para seus atletas. Além disso, a Olimpíada de Paris contará com um “mind zone” na vila dos atletas, projetado para promover o relaxamento e a descompressão, e uma linha de ajuda 24 horas com conselheiros em mais de 70 idiomas.
Personalidades como Simone Biles e Naomi Osaka têm sido cruciais para aumentar a visibilidade da saúde mental no esporte. Biles, ao se retirar de eventos em Tóquio devido a um bloqueio mental, e Osaka, ao fazer pausas para cuidar da saúde mental, ajudaram a reduzir o estigma associado a esses problemas. Elas mostraram que a saúde mental é tão importante quanto o desempenho físico, incentivando outros atletas a buscar ajuda.
Além disso, os Jogos de Pequim introduziram o conceito de oficiais de bem-estar dos atletas, que agora serão uma parte obrigatória de todos os Jogos Olímpicos. Mais de 170 profissionais de saúde mental de 90 países estarão presentes em Paris para apoiar os atletas.
A mudança de mentalidade é evidenciada por ex-atletas como Janet Evans, que destaca a falta de empatia e suporte na sua época, em contraste com os recursos e compreensão disponíveis hoje. Perry Baker, jogador de rugby, também notou uma evolução significativa desde sua estreia olímpica em 2016.
Enquanto os comitês olímpicos nacionais equilibram a pressão por medalhas com a necessidade de cuidar do bem-estar dos atletas, a ênfase na saúde mental continua a crescer, indicando uma mudança positiva na forma como o esporte lida com os desafios psicológicos enfrentados pelos atletas.